Querendo dominar o mundo ou apenas paixão pelos palcos, a verdade é que a banda Nevilton não para de tocar em todo país (sábado, dia 12/06, é a vez de Campinas) e de ser notícia.
Finalista do concurso Levis Music 2010, os paranaenses estão em mais uma final, dessa vez do projeto Versões Oi Novo Som (Músicas sobre futebol) -- e já estão com 55 mil votos.
Para encarar a reta final, Nevilton acaba de lançar o clipe de Passa a Bola, Maromba, e escreveu com exclusividade para o Rock ‘n’ Beats contando todo o processo de gravação da música. Confira o clipe e o diário de gravação!
Nevilton - Passa a Bola, Maromba! from nevilton on Vimeo.
Diário de gravação por Nevilton Alencar
Se não me engano, o prazo inicial para as inscrições desta edição do Versões Oi Novo Som era dia 15 de março, uma segunda feira. Estavamos na mesma correria de agora, shows quase todos os finais de semana. Inclusive já tem mais de um ano que estamos nessa, né!? Ótimo! Aquele final de semana, anterior ao prazo final, seria o único do mês que não teriamos show… foi esse o escolhido!
Tudo começou com alguns dias antes, uma pesquisa bacana sobre músicas que falassem de futebol, onde tiramos do “fundo da piscina” o disco do Pau Brasil, de 1978, O Samba e Suas Origen. Havia mais de uma música ali que dava pra brincarmos, a dúvida final ficou entre Massagem e Passa a Bola, Maromba. As duas tinham muito bom humor, mas acabamos ficando com o fominha Maromba.
Primeiro passo foi definir qual a “pegada” da versão. Jantarzinho rolando na Neviltonlândia: família reunida, comilança, bebelança e Nevilton e Chapolla longe da turma, trocando idéias munidos de um violão. A meta era manter o bom humor da música, fazer algo que tirasse aquela cara “tão samba”, para que soasse como uma versão mesmo, releitura bacana com outros elementos e características. Acabamos ficando com uma bateria reta e dura remetendo ao groove e funk só nos refrões, onde o coro faria a festa! Decidido isso, convocamos o Lobão fomos para o estúdio.
Já eram boas 11 horas da noite, chegamos nos depósitos da papelaria e sentamos o “Sombrero”. Seis microfones para a batera, testamos os posicionamentos e sons que tiravamos com eles ali… fechado isso, começamos a mandar brasa! Depois de decidirmos qual o andamento da música e gravar o violão e voz guias, Chapolla, exímio baterista, não teve problemas para gravar… em questão de 3 ou 4 takes já tínhamos o que queríamos!
O violão guia, inclusive, acabou sendo usado na introdução da música, com a narração da mais importante partida de futebol de botão da Neviltonlândia, a final do Ton Harmonico Clube contra o XV de Pirapirata, de Lobão, que tem o “Lasanho”, craque da camisa 8 ! hahahaha
Depois da bateria gravada o resto é manteiga! Gravamos rapidinho uma pandeirola para dar um pouco mais de brilho percussivo nos refrões. Já eram boas 3 da manhã quando começamos com a gravação dos baixos. As linhas inicialmente planejadas eram bastante agressivas, deu um trabalhinho para gravamos como gostamos (gravar a faixa inteira num só take, sem aquela historia de muitos remendos, sabe!? rsrsrs) Depois de algum tempo e tentativas conseguimos o que queriamos!
Já era manhã e estava quase na hora do onibus para o Chapolla voltar a Cianorte, Lobão o levou na rodoviária e eu fiquei me divertindo… era chegada a vez das guitarras: comecei com a “stratotele” e seus acordes limpos, abertos e tortos! No refrão, onde rola o swing da batera, para combinar com a bagunça que planejava para os vocais, as guitarras faziam uma linha feliz numa pegada de “guitarrada”.
Ficou uma melodia muito feliz e bem propícia a conversar com a próxima guitarra que gravaria, a Les Paul. Esta já veio mais nervosinha, gravei usando o mesmo amp que gravamos o baixo e a strato: o Marshall brutão do velho Lobo dos mares! Um Bass State 150, amp de timbre encorpado, ligado a um tube screamer, já foi suficiente para a leve sujeira que gostaria de ter na gravina. Depois dessa guitarra, o sol já estava batendo forte la fora, alta manhã… pro mundo inteiro acordar e a gente ir dormir!
Depois de algumas horas de descanso, o Chapolla já estava em Cianorte enviando sms perguntando sobre como ficaram as guitarras, demonstrando sua costumeira ansiedade. O café da tarde foi breve para voltar ao estúdio… liguei para o Lobão e para o parceiro Thiago (do Projeto Marimbondo, também daqui de Umuarama) e combinamos em meia hora irmos para o boteco ao lado da Papelaria onde estavamos gravando! Depois de uma cervejinha e duas doses de conhaque para aquecer o gogó, fomos para o estúdio e começamos com os vocais. Foi bastante simples também, coisa de poucos takes.
Depois da linha principal foi hora dos backings e coro. Backings tranquilos e gritaria da turma: eu, Lobão e Thiago fazendo os “PASSA A BOLA, MAROMBA!”. Pura diversão!
Para fechar as gravações, usamos a garrafa de cerveja do boteco do sr. Canela para dar o último brilho e charme para os refrões… tentem perceber, no lado direito do fone/caixas de som… a garrafinha come solta!
Agora era só desmontar o circo, voltar para casa, mixar antes que o prazo acabasse e torcer para sermos selecionados! =D
E fomos!!!
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